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POR QUE AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS SÃO A CHAVE PARA O FUTURO DO TRABALHO?


O QUE DEU LIGA:

- A quarta Revolução Industrial e o avanço tecnológico mudando os postos de trabalho: Inteligência Artificial, Realidade Virtual, etc.; - A advento do home office: cada vez mais as pessoas não necessitam de um lugar físico para desempenhar suas funções; - As hierarquias como conhecemos estão morrendo – e precisamos definir novos padrões para nos relacionarmos com todos os cargos e funções; - Choque intergeracional: mais do que nunca, jovens de 20 anos estão no mesmo ambiente de trabalho que profissionais com 50 anos de carreira – como resolver os conflitos de gerações? - As novas gerações e as profissões do futuro – que ainda não existem; - Fim da noção de emprego: estabilidade deixou de ser um valor à medida que nem mesmo as empresas podem mais oferecer isso e nem tampouco os profissionais a buscam; - Chave é a FLEXIBILIDADE – e ela tem muito que ver com as relações entre pessoas. O que nos inspirou?

Nos últimos tempos, temos participado de muitas discussões com relação ao futuro do trabalho. Se por um lado o tema causa medo em muita gente, por não sabermos ao certo os rumos que o mercado vai tomar, por outro estamos cada vez mais otimistas de como essa adaptação necessária pode gerar um ambiente de trabalho melhor para todos. Recentemente, tivemos um encontro com as fundadoras da consultoria Trabalhos Flexíveis, que promove a flexibilidade como a chave para o novo mercado de trabalho. O lema da startup é o de que o "trabalho que encaixe na vida e não uma vida que encaixe no trabalho". Uma boa reflexão para esses tempos modernos em que o trabalho deixou de ser o único foco das pessoas – ainda que siga como um dos pontos mais importantes, mas agora está mais flexível no sentido das pessoas poderem e conseguirem transitar por diversas áreas profissionais. A ideia de construir uma carreira, durante anos e anos numa mesma empresa, se desfaz. ** O futuro do trabalho diz respeito, primeiramente, ao comportamento das pessoas. As relações interpessoais são a chave para se adaptar às mudanças. As 4 revoluções que moldaram o mercado de trabalho Da revolução industrial à revolução tecnológica ->Final do século 18: 1ª Revolução Industrial Produção mecanizada com o uso de energia hidráulica e a vapor. ->Final do século 19 2ª Revolução Industrial Divisão do trabalho e produção em massa com o uso da eletricidade. ->Metade do século 20: 3ª Revolução Industrial Automação da produção com o uso da eletrônica e da Tecnologia da Informação. -> Hoje: 4ª Revolução Industrial Após a terceira revolução industrial, em meados do século 20, onde a automação da produção com o uso da eletrônica e da tecnologia da informação ganham força, estamos vivendo o que muitos estudiosos chamam de 4ª Revolução Industrial, a da tecnologia, caracterizada pela fusão do mundo físico e do virtual com o uso de inteligência artificial e outros avanços tecnológicos. Mas para onde a tecnologia vai nos levar? A tecnologia sempre transformou as profissões: à medida que algumas já não fazem mais nenhum sentido na sociedade contemporânea, outras surgem justamente apoiadas na nova tecnologia – que não apenas torna obsoleta algumas profissões, como também dá um novo sentido a outras. Mas com o desenvolvimento de novas máquinas e inteligências artificiais, nunca antes isso se deu de forma tão rápida e transformadora. A tecnologia tem permitido uma nova dinâmica até mesmo para antigas profissões... Por exemplo: a plataforma Goleiro de Aluguel permite que você “alugue” um goleiro para a partida de futebol com seus amigos – já que é sempre difícil encontrar alguém que esteja disposto a ir para o gol. Por meio de um aplicativo, você escolhe um guarda-redes pela localização e pelo perfil, paga por cartão de crédito direto no app e ele chega em minutos, para completar o time. Não se trata de uma profissão nova, claro, mas revolucionou o acesso a um profissional que sempre esteve aí. Esse é um dos muitos novos sentidos que a tecnologia deu a profissões que estão há tempos no mercado – e que podem ser uma visão otimista de como ela veio transformar o cenário em que vivemos. A tecnologia abriu uma nova perspectiva para os profissionais: ela facilitou (e em alguns casos, até institucionalizou) o “bico”, aquele trabalho extra. Segundo o Fórum Econômico Mundial 65% das crianças que estão hoje na escola irão trabalhar em empregos que não existem. O goleiro do aplicativo pode ter um trabalho durante o dia, e ganhar um dinheiro a mais ao participar de peladas de caras que ele nunca viu. Sem o aplicativo isso seria muito difícil acontecer. Aqui poderíamos enumerar muitos exemplos, de Uber até dog walkers, de entregadores de comida a concierges de AirBnB (sim, isso é uma profissão!). O fato é que hoje, mais do que nunca, as pessoas não fazem apenas uma coisa, não têm apenas uma profissão ou forma de renda: elas conseguem se alternar em diversos tipos de atividades ao mesmo tempo, como um computador é capaz de abrir muitas janelas na mesma tela. Isso diz muito do futuro do trabalho – e como essa visão de tecnologia é que foi fundamental para estruturar isso. Dados do IBGE mostram que desemprego no Brasil chega a 13,1% em março de 2018 e o número de microempreendedores individuais (MEIs) cresceu 14,4% em fevereiro de 2018 comparado com fevereiro de 2017. Empreendedor de si mesmo Os trabalhos de carteira assinada que trazem estabilidade são cada vez mais raros na nova economia, em constante transição – e também cada vez menos desejados pelas novas gerações que saem para o mercado. Nem mesmo os concursos públicos são garantia de carreira a longo prazo. Vivemos a era dos empreendedores individuais. Muito se fala sobre empreendedorismo ligado a startups, empresas. Há livros, programas, canais, podcasts. Mas empreender tem cada vez mais relação com uma forma de se portar nesse novo mercado de trabalho. Você não precisa ter meio milhão de reais para empreender: você empreende todo dia quando encabeça um projeto, quando decide apostar numa nova tarefa, ganhar dinheiro com algo novo. Os profissionais estão e precisam aprender progressivamente a gerir suas carreiras por projetos, vislumbrar começo, meio e fim do ciclo de trabalho e pensar antes como e onde vão estar depois – a tal visão empreendedora. A maior mudança do futuro do trabalho será a noção de emprego. Nesse novo mindset as pessoas podem encarar as empresas como um laboratório onde terão possibilidade de aprimoramento. Daí, a questão da falta de fidelidade às empresas e a perda da ideia de emprego: já aprendi, me desenvolvi aqui, parto pra outra. E como se posicionar nesse novo mercado? Passo 1: desenvolvimento de uma multiplicidade de habilidades surge como saída nesse momento de transição. Hoje, a carreira ainda define as pessoas. No futuro, talvez, o que você está fazendo naquele momento passe a te definir. Eu sou X Eu estou. Não deve haver algo tão estanque. Mudar de “profissão” vai ser cada vez mais aceito, justamente no momento em que cada vez mais as empresas não vão exigir diplomas e formações acadêmicas específicas para contratações – como já acontece no Google e outras empresas de tecnologia. Passo 2: A formação dos indivíduos deverá ser dinâmica e capaz de dar conta de diversas demandas e, fortemente, com ênfase em comunicação em inglês e outras línguas – mundo cada vez mais global. Daí, vem o raciocínio da formação básica, cognitiva e, como complemento, formação em habilidades que permitam o autodesenvolvimento e autodidatismo: sentido de resiliência, de empreendedorismo, etc. Passo 3: Uma das saídas para a crise gerada pela falta de emprego é justamente empreender. A ideia de empreendedorismo como propósito, como busca de expressão do self não dá conta da realidade. As pessoas estão empreendendo como forma de sobrevivência dentro de um mercado em crise, e isso tende a aumentar. Nossa moral da história Frente a essa mudança de postura e às muitas incertezas que pairam sobre o mercado de trabalho, uma coisa é certa: precisamos estar cada vez mais flexíveis. Saber prever as ondas para saber como se posicionar. “Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças”, como dizia Darwin. Flexibilização é palavra de ordem nesse novo cenário. E isso tem a ver, principalmente, com nossas relações pessoais, saber se relacionar com o outro, já que o outro vai estar em papeis cada vez mais distintos no nosso trabalho: às vezes como chefe/cliente, outras vezes como colega/parceiro, e em algumas situações como fornecedor. Como um indivíduo único e empreendedor, cada vez mais independente da estrutura de uma empresa, preciso saber me relacionar melhor com os outros – que, aliás, podem ser de faixas etárias muito diferentes da minha. Segundo o Fórum Econômico Mundial, as inevitáveis mudanças do mercado precisarão ser acompanhadas de várias estratégias das empresas e dos governos para preparar a força de trabalho para essa nova realidade. Não adianta pensar que o futuro do trabalho ainda está longe, seria melhor preparar os jovens para as posições que serão tendência. Em curto prazo, modernização nas áreas de recursos humanos, investimento em políticas de inclusão e diversidade e adoção de jornadas mais flexíveis seriam uma maneira eficiente das empresas se prepararem para as mudanças. O que a sociedade está tendo que fazer é mudar a forma como enxerga o trabalho e, principalmente, o emprego. É um momento de transição, de mudança de paradigma que, aos poucos, vai se tornar vigente para a maioria. Do ponto de vista pessoal, é preciso estarmos aptos a viver em uma rede onde tudo e todos estão interligados e independentes ao mesmo tempo. Por isso, trabalhar nossas relações com os nossos objetivos de vida e, principalmente, com o outro. Porque o futuro do trabalho, ainda que não esteja tão claro, , precisa ser repleto de empatia, respeito, sem preconceitos: ou seja, se colocar sempre diante do diferente e saber sair bem disso, tirando daí seus ganhos profissionais. É essa capacidade adaptativa que vai determinar o sucesso do profissional do futuro muito mais que os cursos, os diplomas, o currículo. Saber seguir com as ondas sem teme-las e aproveitando-as ao máximo para chegar o mais longe que se puder. *** DEU LIGA! é uma newsletter de tendências, reflexões e insights da equipe da LIGA PESQUISA, um estúdio de pesquisas qualitativas que realiza estudos para marcas de diversos segmentos. Como buscamos realizar nossas pesquisas com profundidade e relevância, não temos uma periodicidade determinada. A próxima newsletter só vai sair quando a gente tiver digerido e discutido muito o próximo assunto – que, aliás, já começamos a debater. Gostou do nosso conteúdo? Escreva pra gente! Para conversar, discutir, sugerir, criticar. Esperamos ouvir notícias suas.


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